Dias e dias.
- Há dias e dias. Há dias em que acordas como se vivesses um sonho, achas te alguma coisa em concreto no mundo, bonita, forte para lutar contra tudo e contra todos. Sentes te capaz de vestir aquele vestido ousado que nunca tiraste da gaveta, colocar aquele batom vermelho e arrasar simplesmente pelas ruas da cidade. E depois há aqueles dias em que acordas sem te apercebes que acordaste. Vais te vestindo, vais andando, vais vivendo. Procuras uma mão amiga em coisas pequenas e fictícias, como uma música, um cappuccino , um passeio à beira mar, um respirar fundo. Há dias em que acordas mesmo triste, com um peso bruto nos ombros que não te consegues desalagar, uma bolha que não deixa ninguém chegar perto e reages mal a quem tenta. Há dias assim, que só queres que não existam, passar o dia na cama, mergulhada na solidão de um quarto, com uma música que te vai deprimir ainda mais e que não te vai fazer sair de casa. Assim se passam dias tristes, de mão dada com a tristeza, abraçada à